MIMO chega a Paraty neste final de semana
Em sua 11ª edição, festival que começou em Olinda se consagra como a principal atração do país no âmbito da música instrumental
Depois de passar por Ouro Preto e Olinda, reunindo mais de 100 mil pessoas, o MIMO, maior festival gratuito de música instrumental do país, chega a Paraty neste fim de semana (10 a 12/10). No próximo aporta, pela primeira vez, na cidade histórica mineira Tiradentes (17 a 19/10). Em sua 11ª edição, o festival reúne os mais diversos gêneros, da música clássica ao jazz, representados por artistas de mais de dez países como Nigéria, Alemanha, Suíça, Cuba e Brasil. A banda escocesa LAU, com sua folk music e o saxofonista e clarinetista cubano Paquito D’Riviera, que se apresenta com os brasileiros do Trio Corrente, são alguns dos destaques internacionais. O festival também recebe grandes nomes da música brasileira, como Diogo Nogueira e Hamilton de Holanda, juntos para apresentar o resultado do projeto Bossa Negra na abertura do MIMO Paraty. Buena Vista Social Club, Nelson Freire e Didier Lockwood são alguns dos nomes que já passaram por este evento, que se tornou referência para o cenário cultural internacional. Os números das edições anteriores confirmam o sucesso: 630 mil espectadores, 240 concertos gratuitos e 2700 músicos participantes, totalizando mais de 500 horas de música.
“Este festival surgiu em Olinda, há onze anos, dentro do conceito de utilizar espaços do patrimônio histórico e cultural para realizar concertos de música instrumental. Em 2012 resolvi estender a programação para o Sudeste, primeiro em Ouro Preto, Minas Gerais e, no ano passado, para Paraty, no Rio de Janeiro. Neste ano levamos para Tiradentes, também em Minas, pela primeira vez. A ideia é fazer com que as pessoas possam conviver com o patrimônio em programações variadas, tendo a música instrumental como carro-chefe, o que não impede outras linguagens artísticas, como a poesia e o cinema”, explica Lu Araújo, produtora cultural responsável pela direção do evento, ao lado do empresário de mídia, cultura e entretenimento Luiz Calainho e da empresária de conteúdo e marketing Fernanda Cortez. Quanto aos artistas que vão se apresentar, Lu garante que busca trazer pluralidade e qualidade ao público. “Procuramos sempre trazer os melhores nomes da música instrumental do mundo para se apresentar no país de forma gratuita e, assim, realizar um trabalho de fomento e formação de plateia. Temos o prazer de receber em nossa 11ª edição nomes brilhantes de diferentes países e muitos estilos”, afirma.
Para além da música
O MIMO tem outros destaques, além da música instrumental, como o Festival de Cinema, que está presente desde a primeira edição do evento. “Selecionamos filmes dedicados à temática musical. A maioria deles ainda nem foi lançada em circuito, como Cauby, Começaria Tudo Outra Vez eA Linha Fria do Horizonte. Eles serão expostos na Casa de Cultura de Paraty e alguns deles, como a mostra Um Certo Olhar, serão exibidos ao ar livre, no pátio da Igreja da Matriz. Um de nossos pilares é promover o convívio e a valorização do patrimônio. Esta é uma forma de estimular a convivência e a relação entre as pessoas”, comenta Lu. Outra atração que costuma agradar é a Chuva de Poesia. “Este ano o projeto presta uma homenagem ao poeta Paulo Leminski no domingo (12/10), a partir das 16h, na Igreja da Matriz. Quando o sino da igreja tocar, várias poesias impressas em papéis coloridos serão jogados do alto da torre do sino, como se fossem bolhas de sabão. As pessoas pegam e trocam entre si, é muito legal”, afirma a produtora cultural.
Sucesso presente em todas as edições, assim como o Festival de Cinema, a Etapa Educativa do MIMO tem como objetivo fortalecer a música instrumental produzida no país. Para isso são oferecidos cursos de regência orquestral, aulas, workshops, oficinas e máster classes ministradas pelos artistas convidados para o evento. É uma oportunidade que os alunos têm de vivenciar os diferentes aspectos relacionados à música e ao seu processo de criação. “São diversas atividades oferecidas e o público tem muito para apreciar nesses três dias”, conclui Lu.
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Fonte: http://www.cultura.rj.gov.br/
Fotografia: Festival alia música a patrimônios históricos e culturais (Crédito: Beto Figueiroa)